Yucatán

Quando os espanhois chegaram por primeira vez na península do México, intentaram comunicar-se com os índios na praia peguntando que lugar era esse. Um índio os recebeu dizendo somente: ‘Yucatán’. Anos depois descobriu-se que na lingua indígena ‘Yucatán’ quer dizer: ‘Eu não sou daqui’.

Nota:
Os conquistadores deram o nome a principal península do Mexico, Yucatán. Na verdade, aqueles índios estavam de passagem, visitando o lugar, quando depararam-se com os espanhóis, dizendo, “Nós não somos daqui” (Yucatán)

Comédias na TV Cabo

No Brasil, dominado pelas americanas Sony, Warner, Universal, Turner, Hbo, etc, não temos acesso a séries de TV britânica até mais ou menos 10 anos depois que elas fizeram sucesso ou forem compradas pelas empresas norte-americanas. Tem sido assim na música também desde os Beatles, Monthy Python, Benny Hill, etc.
Temos que engolir as comédias americanas, pobres e ingênuas, comparadas com as britânicas. A única exceção foi a excelente “Seinfeld” dos anos 80. As demais são um lixo.

“The Office” foi sucesso em 2001, ai os americanos criaram o The Office deles, uma porcaria.
O Ídolos começou na Inglaterra, depois foi para os USA com American Idol e a todos os outros países..sempre a mesma porcaria copiada do original inglês, esse sim com charme e qualidade.
O mesmo aconteceu com “Big Brother”, X Factor, etc.

Também com Borat e Ali G, do comediante britânico Sacha Baron Cohen.

Tem algumas séries humorísticas da Inglaterra, (no ar há alguns anos já) que vc só verá quando os americanos aprovem, cortem, censurem e adaptem a seus padrões. Algumas delas excelentes:
The IT Crowd
Miranda
Extras
Monólogos de Ricky Gervais
Little Britain
The Inbetweeners
Outnumbered

No Brasil sinto falta de um canal nostálgico como o “Volver” da TV a cabo argentina, onde passam programas das décadas de 60, 70, os clássicos..propagandas antigas, etc. Tem um aqui que se chama TCM, da americana Turner, só para mostrar clásicos deles, muito repetitivo e sem os clásicos verdadeiros como Tunel do Tempo, Viagem ao fundo mar, Missão Impossível, Ladrão sem Destino, etc.,

Raízes do Seridó

As raízes são mais fortes, mais sólidas e consistentes que os galhos, as pontas e seus frutos. Na genealogia da vida, a multiplicação da espécie leva suas ramificações com o vento, algumas para perto, outras para mais longe. Enquanto maior grau isso acontece, mais aflora o valor da raíz, que vai ficando no tempo, no mesmo lugar, protegendo sua memória.

Olhamos para o passado e vemos como a cidade era mais bela, como a vida tinha o sabor perdido das tradições, dos nomes, lugares. Em se tratando de Natal, de Brasil, de mundo. Como era “melhor”, substraindo os benefícios tecnológicos. Tentamos preservar as raízes, mas isso tende a ser uma atividade cada vez mais difícil.

O tempo preserva as tradições e raízes ao seu modo, numa linguagem compreensível a todas suas ramificações. Preserva-se a memória, como o que a Grécia foi para nossa civilização. Mas não conseguimos fazer com que as raízes tenham a força aglutinadora pela qual são admiradas. Natal, por exemplo, mais uma metrópole do Brasil, tão longe daquela cidade que algum dia anunciávamos ao mundo. O Seridó, sofrido…Perdeu seu perfume de queijo ou da barragem sangrando. Os ilustres daquilo que chamamos raízes deixam apenas o nome em seu legado.

Porque a raíz tinha também poder. Autoridade. As raízes eram donas e soberanas, variando seu circulo de influencia em proporção a sua tradição. Hoje a “raiz” a que me refiro foi substituída pelo Estado. Ficaram os nomes, os velhos casarões ou novos hotéis, as ruas, os livros de memórias.

Mas isso não é preservar as raízes, é preservar sua memória, contar como elas eram. E nós como ramificações em seus galhos distantes ou em folhas levadas pelo vento, sentimos na pele o que é a expansão demográfica organizada na sociedade moderna de Estados, suas leis e objetivos de bem comum.

O principal que estamos perdendo na vida moderna é de que o Estado foi criado por nós, pelo núcleo primeiro da sociedade, a família, para seu benefício. A família se juntou a outras e formaram uma fazenda, uma vila, um povoado, uma cidade, um município, um estado. A família, entendida aqui como núcleo social e não como lar de pais e filhos, é a raiz que hoje está desprovida de força social para construir seu legado. Aquela raiz que criou o Estado não consegue mais dominá-lo.

Embora adoro ler e aprender sobre nossas raízes, me entristece tê-las perdido, as invejo, e acho que todos perdemos, e nos enganamos achando que preservando sua memória estamos também mantendo sua essência.

A nossa TV

Globo e o Brasil tem a mesma caricatura de 40 anos atrás, quando eu achava engraçado aos 10 anos de idade, que ao chegar no Brasil de férias, tudo era dominado pelo “plim-plim” da Globo. Das pessoas assistindo o JN ou as novelas reunidas em cadeiras de balanço na calçada, as comunidades como a de Muriú reunidas na praça ao redor de uma Tv publica. O Brasil melhorou de renda, encheu de celulares, internet, voto eletronico, ar-split, carros não-volkswagen, shoppings, condominios fechados….mas culturalmente o país continua dirigido e dominado pela pauta global.

Eu só assisto TV a Cabo, History Channel, Discovery, NatGeo, Biography, entre outros.

Acidentalmente, ou quando minha esposa sintoniza os canais abertos brasileiros, Globo, Rede, Record, Sbt, invariavelmente tem algum répórter, do noticiário até a burra Luciana Gimenez, falando em algum dos seguintes assuntos: corrupção, Juíz, político, presos, crimes, promotor, lei, advogado, delegado, favela, assassinato, …muito chato e deprimente.

Novas Regras Ortográficas

Muito se fala de que o motivo das recentes mudanças nas regras ortográficas da Língua Portuguesa surtiram de acordos internacionais para unificação da escrita entre os países de origem lusitana.

Claro, se todos esses países já tinham uma escrita moderna, seria natural puxar a orelha do Brasil para que se modernizasse também. (Mas não se coloca dessa forma). Foi um acordo internacional, dizem.

Sintomático é de que eu venho dizendo há décadas, desde que vim morar aqui em 1980, que o português Brasileiro é falho, suas regras são imperfeitas, cheias de exceções contraditórias. Atribui-se também a chamada “evolução” do idioma através da manifestação popular. Os professores do tipo “Pascoal” apressam-se a justificar as mudanças e ponderar as inúmeras variantes, sem perder a pompa da erudição. Toda língua está em permanente transformação…para o bem. Ora, num país erudito, se pode falar em evolução. No Brasil a massa do povo é a maioria que domina a expressão e a transmissão.

Num país como o Brasil, as mudanças nas regras acontecem por um predomínio popular da transmissão “errada” de determinada ortografia ou sintaxe, ao ponto que ela se torna tão popular e comum que é incorporada ao idioma.

Por exemplo, a palavra “ótimo” que na década de 1940 escrevia-se “óptimo” (como no espanhol) , e outras tantas similares, foram modernizadas pela constante escrita errada de ignorantes engolindo o “p”…de uma forma repetitiva a nível nacional, ao ponto que os da Academia disseram…”sabe de uma coisa, então que se escreva sem o “p” e ponto final.” Muitos exemplos similares, as duas “ll” o “y” pelo “i”, etc. Ator, que antes se escrevia “actor”, (como no espanhol), alguém esqueceu o “c” e passou pra frente, e por ai vai. Cada mudança ora é uma vitória da ignorância interna, ou uma simplificação prática já adotada nos vizinhos.

Em 2009 as novas regras ortográficas só vieram a confirmar esta observação. Extingue-se o trema, por exemplo. Longe de unificar as palavras com nossos pares da Angola (?) ou Lisboa, a realidade é de que o Português sucumbiu à lógica de que seqüestro, agora se escreve “sequestro”, como no espanhol, mantendo o “q” pelo “c”. Tranqüilo, “tranquilo”, como no espanhol. Los hermanos tinham razão. E virão mais influências hispânicas neste milênio, provavelmente acabando com os excessos de acentuação do idioma, tornando-o mais…Coerente. Não é a toa que tendo sido alfabetizado no espanhol, percebi desde cedo a incongruência da minha língua natal e por isso jamais a valorizei com entusiasmo.

Talvez se vivesse em outra época, futura, morta estas gerações, enxergaria uma língua diferente, possivelmente um portunhol. Sei que de nada me vale agora esta visão futurista desde criancinha. Sou reprovado em qualquer prova de português. Inclusive nos testes de QI, que tomam o conhecimento da língua como base de medição do conhecimento.

Por isso estas “novas regras” apenas me surpreendem pelo atraso em sua chegada.

Alguns Livros que li

Faz Tempo que não leio bons livros de não-ficção, faz tempo que não leio algo para aprender. Será que ninguém tem nada novo pra dizer?, e os que tem não podem falar. Mas posso falar dos livros que li…e dos que não li.

Livros que não faltaram nos lares brasileiros, papos e rodinhas de bares e salas de estar. Nunca algum deles entrou na minha pequena biblioteca, disso eu me orgulho.

Best-Sellers que Não Li
Paulo Coelho – Não falta em muitos lares este sobre-alorizado e inflado escritor preferido das massas neoliterárias, neoviajantes, neo-emergentes, e claro, os jovens de hoje que passam boa parte do tempo lendo livros técnicos para escola ou concursos, marcando questões de múltipla escolha. Tem algo errado com o sistema educacional? Não discuta. Assunto tabu.
A Arte da Guerra – O Monge e o Executivo – (o autor nem vale a pena mencionar) Auto-ajuda dos Mauricinhos em inicio de carreira. Manual dos vendedores que sofrem lavagem cerebral (herbalife e cia).
Harry Potter – Os Pais adoram verem os filhinhos lendo, “bonitinhos” o sinal dos tempos, como High School Musical, Hannah Montana, e outros lixos dos quais só irão perceber no futuro.
Livro do Guiness – Tem gente que lê, sabe…pensa que é livro.
Oprah – Ainda bem que ninguém lê isso no Brasil. Mas é um sucesso nos States comparável a Marta Suplicy nos 80
Homens São de Marte, Mulheres São de Venus – Ahh relacionamentos, que instrutivo! um manual!
O Código Da Vinci – Uma piada. Aluguei o filme e adorei a cena em que o francês falando da ridícula pirâmide de vidro diz a Tom Hanks: “Uma cicatriz na cidade de Paris” . Só.

Na década de 80 Não Li
Milan Kundera – A Sustentável Leveza do Ser – Deixava enjoado de tanto ouvir em bares e sofás [estou lendo “A Sustentav…” ohhh fuck, shut up!]
Marcelo Rubens Paiva – Feliz Ano Velho – toda mundo lia, não aguentava mais! porque falava do problema das drogas, educativo né?, o carinha ficou paraplégico, todo o drama…uf saco!
Christiane F., Drogada e Prostituida – toda menina tinha que ler, tadinha. O lado ruim da vida boa que elas nunca iriam ter, pois ficou na década de 70.
Marta Suplicy – Falava de sexo e todo mundo lia (ai ai ai) esta ultra-conservadora que sabia menos sobre sexo do que eu aos 12 anos de idade! depois foi Prefeita e aprendeu alguma coisa.
Sidney Sheldon – Nossa! pior do que novela. Auto-masturbante a la Harold Robbins. Perderam o emprego com a internet.
Outras Porcarias que estiveram entre os mais lidos no Brasil, nem menciono os autores:
Só é Gordo quem Quer – …é verdade
Inteligência Emocional
O Sucesso Não Ocorre por Acaso
Você Pode Curar Sua Vida
Virando a Mesa
Jô Soares – Nenhum se salva – nem como apresentador, por ser apenas um imitador de outros. E seu humor…olho para os lados para ver se alguém está rindo…era muito fraco. Quer rir, asista HIGNFY na BBC.
Livros sobre Dietas – (err, nunca precisei)
Livros de Jane Fonda – (e os videocassetes) tortura não vale

Comecei a ler no inicio dos anos 70.
Bons Livros que li
A parcela da sociedade brasileira que lia livros na década de 60, menor que a de hoje, era pelo menos mais seletiva.
Confiram os mais vendidos na década de 60, antes do populismo da Globo, antes dos shoppings, antes da classe média pseudo-tudo:

1º Aeroporto – Arthur Hailey, Nova Fronteira Li e assisti o filme.
2º Um Projeto para o Brasil – Celso Furtado, Saga – Li. Quem estudou na área de humanas, leu.
3º Eros e Civilização – Herbert Marcuse, Zahar
4º Desafio Americano- Jean-Jacques Servan-Schreiber, Expressão Li. Falava do probema árabe, os sheiks de Abu Dhabi e o mundo muçulmano. Quem diria. Quase profético.
5º Minha Vida, Meus Amores – Henry Spencer Ashbee, Hem,us
6º Ideologia da Sociedade Industrial- Herbert Marcuse, Zahar
7º Materialismo Histórico e Existência- Herbert Marcus, Tempo Brasileiro
8º Como Desenvolver a Memória- Joyce D. Brothers, Distribuidora Record
9º Homem ao Zero- Leon Eliachar, Expressão
10º Kama Sutra- Vatsyayama, Coordenada de Brasília Continua sendo lido
11º A Inglesa Deslumbrada- Fernando Sabino, Sabiá literatura brasileira de qualidade
12º Filosofia na Alcova- Marquês de Sade, Contorno – Li. Clássico até hoje.

Com a década de 70, chega o Jornal Nacional, os carros próprios, eletrodomêsticos, mais ainda era um país onde os poucos que liam, liam bem.
Confira os mais lidos da década de 70.

Década de 70
O relatório Hite – Shere Hite
Isaac Asimov – Varios de não-ficção
Jorge Luis Borges – Todos
Carl Sagan – Varios
Frederick Forsythe – Varios
Síndrome de Peter Pan
Charles Darwin – A Origem das Especies
Viven – A Tragédia dos Andes
O Pequeno principe – Saint-Exupery – Ainda um dos mais lidos em 2009
em meio a ditadura os romances prevaleciam:

Pedro Nava, Clarice Lispector, Chico Buarque, Ligia Fagundes Telles, Raquel de Queiros, Érico Veríssimo.
As novelas e as revistas de telenovelas. Os homens liam Placar. As adolescentes Bianca e similares.
As crianças liam revistinhas da Disney, Mônica, Recruta Zero, etc.
No exterior onde morei, lia Mafalda, que só viria a ser conhecida no Brasil bem mais tarde…pelos já crescidinhos, nos anos 90.

Final do século e início do XXI
O Mundo de Sofia
O Amor nos Tempos de Cólera
O Carteiro – Jose Saramago
Stephen Hawking – varios
A Menina Que Roubava Livros
Cartas a Theo – Vincent Van Gogh
Vale livro de receitas culinárias? Jamie Oliver
O Caçador de Pipas

Uma lista humilde de livros na minha estante que releio (livros bons leio várias vezes) de assuntos específicos de humor, aviação, navegação, cinema, mágica, astronomia, historia, etc.
Alguns dos filósofos Gregos, alguns Clássicos, alguns eróticos, alguns de quadrinhos.

Meu conselho é o seguinte. Quando você entra numa livraria, daquelas bonitas e grandes, vai ver um monte de livros bem empilhados e arrumados logo na entrada, com capas atrativas.
São os “livros da vez”, os da moda, os mais vendidos…ou seja, a maioria não presta. Fuja dessa área que atrapalha a entrada na livraria.

São Conrado

Ontem fui de bicicleta ateh a ponta onde ficam as asas deltas com Moira. La tem uns balancos e tobogas que ela adora. Eh um lugar bem michuruca na calcada mesmo. Estava soh com Mora quando veio Vincent Cassel (descalco e sem camisa) com sua filha Deva para brincar no balanco tambem. Brincou com Moirinha, troquei umas frases com ele em frances mas ele respondia sempre no ser mal portugues, como querendo treinar.

Tomamos agua de coco, junto dele na mesa da barraca estava sua esposa Monica Belluci (atriz italiana) e duas babas que acho que eram brasileiras mas falavam frances fluente. Ninguem percebeu quem era, por isso acho que estavam adorando essa tranquilidade. Pena que nao levei a maquina dessa vez. Depois disse boa noite, Moira deu chau e mandou beijinhos pra Deva e fomos embora…jaja

Bing Bang

El Big Bang fue lo peor que nos podria pasar a nosotros (humanos) en terminos de encontrarle un sentido a la vida. Basicamente prueba que todo empezó hace 15 billones de años.
Quince billones puede parecer mucho tiempo, pero no es nada en relación a 150 billones, o 1500 billones, o a la eternidad.
La vida es una coincidencia de probabilidades y de mezclas y combustiones variadas, silicio, oxígeno, etc. Para que eso evolucione a peces, reptiles hasta mamíferos deben reunirse coincidencias físicas, atmosféricas, químicas como para que perdure y evolucione. Otras formas de vida pueden ser posibles pero tambien dependen de sus condiciones. Para que ello se transforme en vida inteligente que se haga la pregunta “Quien soy, de donde vengo?” , las coincidencias y condiciones son aún mas delicadas.
O sea que 15 billones es el tiempo que hubo disponible para desarrollar vida, inteligente o no. Me parece demasiado poco. Si hubiese toda una eternidad la posibilidad de desarrollar vida inteligente seria ilimitada, seria posible evoluir hasta ser Dios.
Ahora hay dos opciones hacia adelante:
Si el universo sigue expandiendose eternamente, creando energia (estrellas) permanentemente, fenómeno: La vida tiene un futuro y es posible.
Entretanto si el destino de todo el universo es esfriarse o irse al Big Crunch, entonces la vida no tiene sentido. Ninguna forma de vida va sobrevivir mas allá de este lapso. Conviene uno dedicarse al sexo y saborear nuestra ínfima existencia, sabiendo que las exploraciones estelares o el intento de poblar el universo solo nos mantendrá como especie mientras este dure.
Asi, la evolución estaria limitada de entrada. Mi sueño seria que la evolución fuese constante en un universo perpétuo, siendo alguna forma de vida, (no necesariamente la nuestra) podria evoluir hasta llegar al poder de Dios, junto con su moral y justicia, y dominar las fuerzas del universo, incluyendo sus fuerzas, haciendolo parar, expandir o contrair. (los del planeta de Superman lo habian logrado en parte).
No es algo imposible ya que si pensamos en una evolución linear y constante, el infinito lo posibilita.
Lo cierto es que estamos en un estado tan primitivo de vida inteligente, somos bárbaros asesinos que an vivimos poniendonos fronteras, encima con morales religiosas que impiden el deasrrollo intelectual.
En este estado de evolución semi-simiesco todo es incierto. La evolución sufre alti-bajos de siglo a siglo e incluso se corre riesgo de extinción.

Judas Iscariote

Apesar de ser agnóstico, acho o estudo da teologia interessante, mesmo que seja como parte de uma antropologia filosófica. Como os mitos tornaram-se credos, crenças e relatos da história da civilização, ajudam-nos a entender a natureza humana inclusive nos conflitos culturais da atualidade.

Neste campo, os trabalhos de historiadores comprometidos com sua fé devem ser considerados com reserva. Para o cristianismo ou o catolicismo, os agnósticos costumam produzir descobertas mais confiáveis que os legados de Santo Agostinho, os papas ou os primeiros livros editados em monastérios. O problema é que o numero de historiadores ou pesquisadores independentes na idade antiga era bastante reduzido.

Vários escritores modernos, como Jorge Luis Borges na literatura, ou Isaac Asimov no estudo da ciência, promoveram em suas obras os trabalhos de pessoas independentes, que raramente encontravam espaço para a divulgação de suas descobertas. Entre elas destaca-se o religioso alemão Nils Runeberg, da universidade de Lund, em 1904.

Runeberg pesquisou exaustivamente o cristianismo e suas origens, não nos livros bíblicos, mas nos fragmentos de tábuas existentes, em restos de papéis de bibliotecas incendiadas no século dezoito, e até nas inscrições de paredes em ruínas e excavações arqueológicas. Seu objetivo era compreender o conteúdo bíblico da fonte mais fidedigna possível, e não simplesmente aceitar o que tinha sido escrito pelos apostoles, séculos após a morte de Jesus.

Na epígrafe do livro “Kristo ou Judas”, ratifica-se o monstruoso descobrimento feito por De Quincey em 1857: “Não uma coisa, mas todas as coisas que a tradição atribui a Judas Iscariote são falsas.”

De Quincey especulou que Judas entregou Jesuscristo para forçá-lo a declarar sua divindade. Runeberg sugere uma vindicação de índole metafísica. Destaca a superfluidade do ato de Judas. Observa que para identificar um mestre que diariamente predicava na sinagoga y fazia milagres acontecerem na presença de milhares de pessoas, não se requer a traição de um homem. No entanto, aconteceu. A traição de Judas não foi casual. Foi um ato premeditado que tem seu lugar misterioso no plano da redenção. O Verbo, ao fazer-se carne, passou da ubiqüidade para o espaço, da eternidade para história. Para corresponder a tanto sacrifício, era necessário que um homem, em representação de todos os homens, fizesse um sacrifício condigno. Judas Iscariote foi esse homem.

Judas, único entre os apostoles, intuiu a secreta divindade e o terrível plano de Jesus. Morrer crucificado. O Verbo tinha se rebaixado ao mortal. Judas, discípulo do Verbo, podia rebaixar-se a delator, o pior delito da infâmia, e a ser hóspede do fogo que não se apaga. A ordem inferior é um espelho da ordem superior. As formas da terra correspondem as formas do céu. As manchas da pele são mapas das incorruptíveis constelações. Judas é o reflexo de Jesus. Ambos tiveram uma morte voluntária. Ambos seguiam um propósito complexo, interligado com a vontade do Criador.

O plano de Deus, tal como ensina a Bíblia, era a de enviar um filho para a salvação dos homens. A mãe seria a imaculada Maria, que daria a luz a Jesus. Para redimir os males do mundo, Jesus daria sua vida na cruz. Ambos estavam na terra, Jesus e Maria, em carne e osso, protegidos pelo Espírito Santo. O Pai, pelo que se sabe, não desceu em corpo e sangue, preferindo arquitetar o cosmos desde sua posição divina, aqui e em todo lugar.

Runeberg opinava diferente. Deus também desceu para o mundo dos vivos. De incógnito. Não revelou isso a ninguém. Sabia que só Ele poderia completar a missão na terra. A humanidade é obra de sua criação, todo homem foi criado por Deus, recebendo o livre arbítrio e a vontade de escolher seu destino. O homem pode matar, roubar, mentir e visitar todos os pecados capitais. Mas tinha um destino que Deus não podia deixar com homem nenhum. A traição, entregar seu próprio filho Jesus à morte era um destino cruel demais até para o pior homem que jamais viesse a existir, pois nem o fogo da eternidade seria suficiente para redimir este pecado, nem a bondade infinita de Deus poderia jamais perdoá-lo.

Por isso não existiu um ser humano chamado Judas Iscariote. Judas era, na verdade, o próprio Pai feito homem. Ele assumiu para si a terrível e indesejada missão de sacrificar o próprio filho pela salvação da humanidade. Por isso sua obra foi perfeita. O Verbo feito carne, fez-se homem, mas homem até a infâmia, até a reprovação e o abismo. Para nos salvar, Deus poderia ter escolhido ser qualquer um na trama histórica, Alexandre Magno, Pitágoras ou o próprio Jesus. Mas escolheu um ínfimo destino: foi Judas.

Essa pode ser a explicação pela qual se sabe menos de Judas Iscariote do que de qualquer outro apostole da época. Ninguém sabe de onde veio, de quem era filho nem tampouco se tem registros de suas participações no grupo. Foi extremamente discreto. Há quem diga que Judas, o homem, não está ardendo no nível mais profundo do inferno, como afirmava Dante, mas sentado junto ao Deus Pai e ao filho Jesus, compondo a misteriosa trilogia divina da Santíssima Trindade que sempre foi um dos mistérios divinos jamais revelados. Claro, chamamos a terceira pessoa de Espírito Santo, e de que são todos um só. Mas na verdade, eis a trilogia personificada…o Pai, o Filho e Judas. E São todos um. Judas é Deus e Deus é Judas.

Na terra continuamos agindo como os cristãos e os romanos, queimamos bonecos de Judas em cada celebração da Páscoa, ou escolhemos um Judas em qualquer manifestação de ódio. Para não condenar eternamente o nome de Judas como sinônimo do mal, entre os apostoles havia outro Judas, o bom, chamado Judas Tadeu. Até nisso o plano foi perfeito. Muitas pessoas levam o nome de Judas Tadeu, mas não deve existir nenhum com o nome de Judas Iscariote. Assim como ninguém se chama simplesmente Deus.

Nestes tempos modernos onde todos procuram inspiração para sua fé, não me surpreenderia se surgisse uma igreja chamada algo como “Os seguidores de Judas” ou se no futuro ele começasse a atender preces e a obrar milagres. Há muitas coincidências e mistérios na história religiosa, e certamente estes argumentos não são menos lógicos do que outras tradições que se tornaram aceitas pela fé. Da próxima vez que você se deparar com Judas, o delator, pense que existe a possibilidade dele não ser quem aparenta ser, provavelmente você estará vendo o próprio rosto de Deus.

Os Veleiros

Quando o ser humano quer representar, gráfica ou fotograficamente, ou de qualquer forma visual, uma imagem de prazer e de qualidade de vida coloca a imagem de um veleiro. Seja em segundo plano, ao fundo ou como mera decoração, parece estar consolidado no subconsciente que um veleiro ajuda a representar o sonho que a imagem pretende mostrar. Preste atenção, um grande numero de imagens que mostram paisagens bonitas tem um veleiro para confirmá-la.

Assim, propagandas de hotéis luxuosos incluem um veleiro no cenário. Férias em lugares badalados ou exóticos mostram um veleiro, de preferência com alguém em biquíni bronzeando-se no convés. Mesmo quando o cliente alvo será um simples banhista de piscina ou de litoral, o veleiro é utilizado para vender férias relaxantes e situações paradisíacas.

Se uma reportagem promove uma praia ou uma cidade, ela destacará imagens de veleiros pela bahia, mesmo sabendo que, salvo algumas poucas dúzias de pessoas, os outros milhões da cidade não chegam nem perto desses veleiros.
Os pôsteres de agências de turismo apresentam veleiros nos destinos litorâneos, embora quase ninguém (no Brasil) de fato embarca num veleiro no destino escolhido, muito menos adquire um ou participa desta forma de vida.

Muitos quartos de crianças são decorados com veleiros, mas é raro que esta criança seja incentivada para a vela pelos pais. Veleiros nas paredes, num copo, veleirinhos no pijama, na roupa, uma imagem simpática bastante repetida como sinal decorativo, representando algo bom, feliz, algo que as pessoas querem emular pela sua qualidade de vida. No entanto, a empatia não passa da intenção para a prática. Já quando as imagens são de cavalos ou carros, ao invés de veleiros, é mais fácil que o individuo tome contato com eles. Parecem tratar-se de sonhos possíveis de serem realizados.

De fato, crianças acabam andando a cavalo de verdade ou se apaixonando por carros ou motos. Porém os veleiros ficam apenas como um símbolo inexperimentável fora dos bordados do pijama na infância. Talvez por ser uma atividade extremamente cara, os veleiros no Brasil são como a pedra preciosa. Todos lhe fazem referência…mas na hora H acabam usando uma bijuteria.

Seja em restaurantes, clipes de musica, propagandas de cartão de crédito, refrigerante ou perfume, um veleiro representa uma forma de exclusividade almejada pelo publico alvo. Representa estilo, paz, felicidade, classe, bom gosto, tranqüilidade, aventura, exotismo e muito mais. Na verdade, o veleiro enaltece qualquer produto ou pessoa agregando-lhe valor. Claro, se for sabão em pó ou extrato de tomate é melhor tomar como referência um parâmetro mais popular. Me refiro aqui as coisas que são colocadas no topo das expectativas de consumo e lazer social.

O curioso é que o Brasil é dono de um dos litorais mais extensos do planeta. A pouca intimidade do brasileiro com o iatismo deve-se obviamente ao seu baixo poder aquisitivo. Sendo uma atividade cara, a maioria da população fica excluída deste tipo de lazer, para os brasileiros, bastante exótico. Mas o Brasil é um país de fortes desigualdades de renda. Isso quer dizer que assim como existem os extremamente pobres, há os extremamente ricos. E estes, sabemos, não são poucos. Mesmo assim o descompasso de conhecimento e afinidade com a vela não guarda relação com o numero de pessoas que, financeiramente, teriam condições de se envolver com esta atividade.

Há muito suspeito que a vela é uma dessas coisas que tem um fundo cultural, sem relação proporcional ao seu valor financeiro. Uma dessas coisas em que o “novo rico”, apesar de poder, acaba não entrando, fazendo com que seu valor distinto e exclusivo continue impassível como sinal numero um de padrão de vida. As atividades aquáticas podem listar-se da mais simples e barata, até as mais sofisticadas e caras. Do simples banho à beira mar, as pranchas de surf, os snorkels de mergulho, o windsurf, o jet-ski, a canoagem, até as lanchas, veleiros e iates. Tem para todos os gostos e bolsos. Cada uma delas é fantástica e divertida. O numero de pessoas que tomam banho contam-se aos milhões, o numero dos que fazem surf são centenas de milhares, os que fazem canoagem ou wind, dezenas de milhares, os que se dedicam a lanchas ou ski, milhares, e os que optam por veleiros, …apenas algumas centenas.

A lancha a motor, ou iate, é o produto preferido daqueles que tem mais. A principio, parece lógico aceitar que o barco a motor, com luxo e velocidade, que requer pouco esforço e trabalho, seja preferido por quem tem dinheiro e só quer relaxar. Isto é o que acontece no Brasil. A relação entre o iate e o poder financeiro é diretamente proporcional. Os veleiros, ao contrário, não seguem esta mesma relação. Embora tenha um peso financeiro, a vela tem padrões irregulares entre seus praticantes.

Entretanto, no mundo, é fácil estabelecer uma relação diretamente proporcional entre a vela e o nível cultural das pessoas, se é que podemos alocar a esta algum tipo de medição. Assim como sabemos que o nível cultural de um país pode ser medido pelos livros per capita lidos por ano, podemos estabelecer uma relação semelhante entre os amantes do iatismo e o nível cultural de um determinado grupo social.

Ao igual que os livros, o Brasil mantém um nível baixíssimo de praticantes de iatismo. Perfeitamente condizente com seu nível cultural. Ao igual que os livros, presentes nas prateleiras e na vida das pessoas, mas pouco lidos, os veleiros estão presentes nas imagens idílicas do dia a dia do cidadão, desde a estampa na camiseta até o quadro na sala. Dai a de fato envolver-se com eles…pouco, como os livros. A comparação com outros países apenas confirma a regra.

Países até menos fortes economicamente que o Brasil, mesmo na América do Sul, mas com melhor histórico cultural, como Uruguay ou Argentina, tem uma concentração de veleiros muito maior. Como se explica que existam mais veleiros na Argentina, um país quase sem praias e com um sexto da população, do que no gigantesco Brasil? Da próxima vez que assistir a uma corrida de Formula 1, pela TV, em Mônaco, o centro da realeza européia, observe a concentração de veleiros nas águas. Mesmo na Inglaterra ou na Escandinávia, regiões frias e com litorais ásperos, a concentração de veleiros é significativa. No Mediterrâneo, não existe cidade costeira que não esteja abarrotada de veleiros. Nos Estados Unidos, é raro um núcleo familiar de litoral que não possua um. Em algumas cidades médias brasileiras podemos contar os veleiros com os dedos das mãos.

Pergunto-me às vezes quando será que os brasileiros vão despertar para a vela. Falta muito. Não será quando melhore a renda, pois pelo que sei hoje o aumento de renda só faz aumentar o numero de lanchas, não os veleiros. Se alguém estiver interessado não adianta procurar uma revista especializada em veleiros nas bancas. Neste grande Brasil não tem nenhuma. A Náutica, especializada em lanchas, dedica apenas um pequeno espaço de dez por cento aos barcos a vela. Tampouco existem fabricantes em série de veleiros no nosso imenso Brasil. Os poucos existentes são de projetos importados ou nacionais de qualidade abaixo das expectativas. Assim é o Brasil. Pode-se conhecer sobre seu povo simplesmente analisando uma atividade de lazer como o iatismo.

Aos poucos o aprendizado vem e haverá um despertar na atividade. Não será mais um estilo de vida só de loiros, estrangeiros, ou brasileiros com sobrenomes complicados que moraram ou se desenvolveram fora. Será mais uma paixão nacional. Tudo chega a seu tempo. Por enquanto, o carro zero, a moto, a casa de praia ou o shopping ainda são prioridades na boa classe média. Como bom darwiniano que sou, acredito na evolução. Afinal, quem lembra do Brasil de 30 anos atrás, quando cão de raça era um pequinês, vejam como melhorou a imaginação das pessoas, hoje até já pronunciam nomes como Schnauzers e Rotweillers. Quem não se lembra dos tempos do Brasil de carros sem ar condicionado. Ninguém se incomodava muito com isso, apesar do clima tropical, ao ponto que até hoje as fábricas insistem em oferecer o ar como “opcional”, ao contrário de qualquer outro país do mundo.

Ahhhhh…, o consumo sedutor. Certas coisas, como a internet ou os celulares, só surgem quando a tecnologia as viabiliza. Outras, sempre existiram, mas só surgem com a evolução social e cultural das pessoas. Não chegue a pensar que meu sarcasmo snob desta abordagem me inclua em alguma categoria particular. Sou brasileiro. Não tenho veleiro. Ainda. Mas isto não me impede de escrever estas linhas, fúteis ou inúteis, provocativas, cortantes como as esteiras de espuma deixadas por um veleiro em direção a um horizonte melhor.